sábado, 2 de abril de 2011

Cresci ou fiquei chata?


Hoje fui ao Festival de Verão Salvador. Não foi a primeira vez, mas acho que foi a última. Vejam só, a idéia é ótima, mas não sei o que aconteceu no decorrer dos anos.

É um evento que costuma ser frequentado por muita gente jovem, e eu já fui jovem, mas com certeza não é por isso que eu acho que não é mais um bom programa. Lembro de ir com o meu irmão mais velho, que ia todos os anos, em todos os dias, e sempre queria voltar mais tarde do que eu. Nessa época, ele devia ter a mesma idade que eu tenho agora, e vejam o que me aconteceu:

Paguei caro para ir ao camarote, porque achei que a pista estaria demasiadamente cheia, e queria tranquilidade para ver o show de Jason Mraz, o único motivo dessa minha loucura. Cheguei cedo, parei o carro num lugar legal, mas paguei caro por isso também. Entrei no evento e nem consigo começar a enumerar os problemas que encontrei! Primeiro não fui revistada, o que significa que eu, ou qualquer pessoa, poderia ter levado uma faca ou similar. Depois encontrei um confusão de músicas altas. Sei que existem vários palcos, com várias atrações, mas nesta edição estavam todos muito próximos, de modo que era impossível ouvir um só. Respirei fundo e continuei, até porque não era por isso que eu estava ali. Depois que entrei no camarote fui ao banheiro, e a primeira boa notícia, esse ano teve pia para lavar as mãos, mas o cheiro dos banheiros estava pior do que em qualquer outro evento. Fecharam o lugar com os banheiros químicos, o que ficou bonitinho, mas pouco funcional, pois o cheiro permaneceu no ambiente.

Até aí parece só frescura, e teve um momento que eu também achei que estivesse exagerando. Desci para a parte da pista do camarote, que a cada ano é maior, deixando menos espaço para as pessoas que pagam menos. Ele são a maioria e o evento deveria ser para essas pessoas! Mas a Globo mostra orgulhosamente o Parque de Exposições cheio de gente, do "povo": MENTIRA! Um quarto da pista é do camarote, sendo que se concentra basicamente na frente do palco, além de já terem o privilégio de assistir o show de um lugar alto: o próprio camarote. Mas tudo bem, vamos lá!

Essa parte da pista estava vazia durante o show de Restart e aproveitei para pegar um lugar tranquilo para assistir o próximo show. Então começou. Acho ótima a iniciativa de trazer bandas diversas, e artistas internacionais, mas eu me irritei muito com que aconteceu. As pessoas foram só ver Jason Mraz cantar I'm Yours e Lucky, até aí tudo bem, mas não precisava ficar esculhambando o resto do show só porque não conheciam as músicas! O show foi ótimo! Só que é difícil curtir se você não conhece nada do cara! Fiquei chateada e não curti tanto quanto deveria, ou poderia se o show fosse só dele e só tivesse fã dele! A energia seria outra! Daí fiquei pensando "Ele nunca vai voltar em Salvador para fazer show com esse tipo de resposta do público!"

Bom, isso foi até previsível, porque conheço algumas pessoas que não foram esperando que isso acontecesse. Mas aí começou a pior parte: o show de Chiclete com Banana. Eu gosto, queria ver, mas nao consegui! Isso mesmo, tinha tanta gente que eu NÃO CONSEGUI ASSISTIR! Não dava para chegar em nenhum lugar do camarote que desse para ver o palco de tanta gente que tinha. Resultado: ouvi sentada o show inteiro, esperando acabar para poder ir embora.

Muitas teorias chegaram aos meus ouvidos para o que aconteceu. A primeira era que todo ano é assim, só que nem todo mundo sabe. A segunda é que venderam mais ingressos (cerca de um terço a mais) do que a capacidade do camarote. E a terceira foi pura observação minha: nunca o dia de Chiclete é no Sábado, pois ambas variáveis são conhecidas por atrair mais público! Agora, alguém me responde, de quem foi essa idéia??? 

Não tenho mais nada a dizer. Quando fui embora prometi a mim e ao meu namorado que só iria novamente ao Festival se uma banda muito boa vinhesse se apresentar, tipo Michael Jackson ou os Beatles. Tipo, nunca mais!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Livros e suas Qualidades

Hoje comprei um livro. É um livro técnico, sobre a confecção de maquetes, e por mais que a atividade me agrade, um livro para a faculdade não costuma empolgar muito qualquer ser humano.

Às vezes acho que eu sou louca, pois a simples atividade de entrar numa livraria me trás prazer. Não é só o ato de caminhar por entre as prateleiras, e ler de relance os títulos e tentar entender as capas. Gosto do cheiro (sei que as lojas tem odores próprios, e que isto é intencional, mas é a mistura de todos eles). Cheiro de livro novo, misturado com café expresso, e até um pouco de poeira. E o prazer não termina aí. Este é só um convite, o primeiro motivo para simplesmente entrar na loja. Depois têm aquelas prateleiras enormes e a sensação que você é tão pequeno e leu tão pouco na vida. Isso me faz querer ler mais (e é claro consumir) e saber mais... Então começo a rodar pela sessão de novidades, lendo os títulos e parando nas capas bonitas e interessantes. É quase como paquerar. Passear numa livraria é um constante flerte. Eu olho para o livro, e sim, o julgo pela capa. É o cartão de visita: "Ei, me pegue e leia minha orelha!". Mas eu não gosto de ler orelhas. São informações valiosas, e às vezes estragam algumas surpresas no caminho da leitura. Quantas vezes peguei um livro emprestado, sem saber sobre o que se tratava, simplesmente por uma recomendação positiva, e me deliciei com cada detalhe? E quando, por curiosidade, li a orelha após alguns capítulos e fiquei horrorizada por ela contar momentas tão emocionantes da trama, assim, de graça? Absurdo!
Mas voltando ao flerte, ele me olha, me convida a pegá-lo, ler a orelha (grrr), e eu olho de volta, me perguntando sobre o que será aquele livro. Será a história tão boa quanto à capa? (será que ele beija tão bem quanto dança?)
E posso ficar horas simplesmente passeando, olhando, folheando, sem ler praticamente nada. Sempre que tenho tempo para gastar no shopping, vou à uma livraria, e me distraio, chego atrasada e me prometo que não vou mais fazer isso. Mentira.

Às vezes a paquera dá resultado. Como hoje, que comprei esse livro. É pequeno, barato e eu meio que precisava. Tento me controlar para não comprar a loja inteira, porque sou compulsiva, mas meu pai alimentou em mim um sentimento que ler nunca é demais, portanto, comprar muitos livros não é pecado.

Depois de satisfeito o desejo e compulsão, começa um novo jogo de prazer. Abrir o livro, agora que é meu, folhear, e me encher de expectativas e já me sinto mais inteligente e sábia, só por possuir o meio para isso. 

Mas, para mim, uma das coisas que mais gosto, é de cheirar as páginas dos livros. E o mais interessante é que cada um tem o cheiro próprio. Livro novo é uma delícia. A depender do material das páginas, o cheiro muda. Mas aí mistura com a tipo da tinta de impressão e do material da capa. Além disso, tem o tempo que ele esteve na prateleira, de onde veio... São tantas variáveis. E, quando encontramos combinações parecidas, o cheiro faz lembrar de uma outra história, um outro momento, sentimentos... É um mundo cheio de nuances.

Hoje me surpreendi quando cheirei o meu livro novo sobre maquetes, e senti o cheiro das minhas aulas de inglês. Aqueles livros texto de curso de inglês fizeram parte de boa parte da minha vida, e de um momento bem peculiar. O cheiro é idêntico. Acho que é o tipo de papel que trouxe essa semelhança. Tem anos que não faço inglês, mas cheirar meu pequeno livro novo me faz sentir como se estivesse naquelas salas apertadas, frias, com carteiras em U, o cheiro de hidrocor de quadro branco, e uma sensação de curiosidade misturada com uma leve confusão e uma diversão controlada. Essas eram as minhas aulas de inglês e o simples ato de abrir esse novo livro, que não tem nenhuma palavra em inglês escrita, me faz voltar no tempo.

Para mim, já foi uma experiência bastante diferente, mas qual foi a minha surpresa quando um amigo pediu para ver o meu livro, abriu, cheirou (hábito que não vejo em muitas pessoas) e disse que tinha cheiro de Magic. Bom, primeiro discordei, porque já tinha fixado toda a imagem de aula de inglês, mas eu acabei pegando e cheirando com "outro nariz" e percebi que era verdade. Então uma nova viajem começou. Sim, eu já joguei Magic e foi por bastante tempo, a ponto de lembrar do cheiro de um pacote recém aberto. Então comecei a sentir saudade da minha época mais nerd, em que jogava qualquer tipo de RPG e jogos, o máximo que podia. Depois eu cresci e fiquei sem tempo, mas nunca deixei de gostar. Aliás, minha "nerdisse" chegou à outro ponto. Na época do Magic, a minha internet era discada (acho que a de todo mundo) e não poderia nunca baixar séries, animes, filmes, e outros... Agora posso, além dos jogos, e sites interessantes. Mas sinto falta do coisa mais manual, das cartas, do tabuleiro, dos dados... E tudo isso tem cheiro. E o simples fato de cheirar meu livro novo me trás todo esse mundo de volta. Depois dizem que viajem no tempo nunca será possível. Mentira. Eu já faço!

Além dos prazeres do cheiro, das memórias e conhecimento, essa experiência toda me rendeu mais uma coisa. Uma promessa de não só re-lembrar o passado, mas revivê-lo. Esse amigo e eu, marcamos de jogar Magic novamente um dia desses. Uma pena que as cartas não tenham mais o mesmo cheiro (hoje igualmente interessantes), mas vai valer muito!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sobre Criar um Blog

Não é só por que é o primeiro post, mas porque criei o blog meio sem pensar, e quando me vi diante dele em branco, comecei a refletir sobre o que fazer com ele.


Claro que a razão principal é escrever. ¬¬  Mas o que? Como? Porque? E para quem? Considerando que cada uma dessas perguntas pode ter muitas respostas, juntas podem ter muitas combinações, um blog pode ser tão específico que pode ser o único do gênero. Não quero ficar imaginando quantos tipos existem, nem o que pretende cada um, mas tentar achar um sentido para o meu.

O que eu vou escrever? Boa pergunta... O que vier, der vontade, o que eu achar que vale a pena ser exposto ou comentado. Não é muito específico, mas me satisfaz.

Como? Assim... Informal. Ou mais formal. Acho que vai depender da ocasião. Mas não me sinto à vontade de soar como se estivesse escrevendo um artigo.

Porque? Essa é fácil. Porque gosto de escrever, acho que tenho bons pontos de vista e opiniões interessantes. No final das contas, quero registrar alguns pensamentos meus, e guardá-lo, quase como um diário, que depois de anos, ao folhear as páginas, revivemos aqueles momentos com outros olhos.

Para quem? Para mim. Nunca gostei muito de aparecer, ou me expor, mas também não sou de me esconder. Então, o blog é aberto, mas não vou sair divulgando. Percebi com o Twitter, que eu podava alguns comentários, pois sabia que alguns conhecidos estariam lendo. Não é vergonha da minha opinião, mas timidez ou até medo de as pessoas me conhecerem um pouco mais e, de repente, perceberem que não me conhecem. É muita coisa, eu sei. Mas desde que eu me lembre que estou escrevendo para mim, e não para um público, acho que vou me sair bem.

Estou empolgada, mas sei que faz parte do começo. Sei que não terei muito tempo para gastar escrevendo aqui, mas ter o espaço já é meio caminho andado. Também não vou ficar me cobrando para escrever periodicamente, mas, como eu disse, quando der vontade.

Só para constar, já tentei fazer isso antes. Não deu certo. Tive um blog em forma de diário, e percebi que escrevia detalhes demais para que alguém que me conhecesse pessoalmente pudesse ler. Vivia aquela fase em que desejava uma fama eletrônica milagrosa. Nunca me esforcei para isso, e acho que nunca farei. Não quero, passou a fase. Quase ao mesmo tempo criei um outro, e esse era até interessante, mas deu errado por preguiça minha. Era um blog que eu registrava meus sonhos. Para isso, eu tinha que escrever logo depois de acordar, ou fazer anotações e depois escrever no blog. Sempre achava que não precisava, e eu ia lembrar do sonho mais tarde. Nunca lembrava, e o blog ficou parado a um ponto que eu desisti dele naturalmente. Não sei que fim ele teve.

Então, para que esse não tenha um destino parecido, mesmo sem me cobrar para escrever periodicamente, tenho que me lembrar dele periodicamente. Botar da barra dos meus favoritos vai ajudar.

Bom, vamos ver no que vai dar...